Estamos trazendo mais informações sobre o tema de nossa V Roda de Diálogos (Como seu bebê será recepcionado no parto?), que faremos no próximo sábado, às 12:30, na Livraria Cultura. É um texto de Dan Gayoso, coordenadora do Grupo Boa Hora, do Instituto Nômades. Aproveitem a leitura e reflitam sobre como querem que seus bebês sejam recebidos nos primeiros momentos de vida.
Principais procedimentos comumente feitos com o bebê em suas primeiras horas de vida no parto hospitalar:
1. Corte precoce do cordão umbilical (assim que o bebê nasce): Pelas evidências científicas disponíveis, não é recomendado cortar o cordão umbilical antes que o mesmo pare de pulsar, pois esse procedimento aumenta a incidência de anemia na infância. É possível também aguardar a expulsão da placenta antes do clampeamento do cordão umbilical. Leia mais: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u501567.shtml.
2. Aspiração das vias aéreas e gástricas do bebê e lavagem gástrica: Esses procedimentos podem ser prejudiciais ao bebê quando feitos de rotina, de acordo com as evidências científicas. A grande maioria dos bebês, mesmo os nascidos de cesárea, não precisam ser aspirados. Segundo o pediatra Carlos Eduardo Corrêa, a aspiração "pode levar a diminuição de frequência cardíaca, espasmos de laringe, queda da pressão arterial e dificuldade de mamar nos bebês". Leia mais: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd0708200902.htm.
3. Sondagem anal: É comum introduzir uma sonda no ânus do bebê para verificar se a passagem está desobstruída. Uma alternativa seria aguardar ao menos 24 horas para ver se o bebê faz cocô.
4. Instilação de colírio com nitrato de prata nos olhos do bebê (método de credé): Procedimento feito para prevenir um tipo grave de conjuntivite que pode levar à cegueira. Porém, o nitrato de prata previne apenas um tipo de conjuntivite, que é provocado pela bactéria que provoca gonorréia (Neisseria gonorrhoeae). Se a mulher fez os exames pré-natais e sabe que não é portadora dessa bactéria, não há justificativa para a aplicação do colírio. O colírio arde no olho do bebê, atrapalha a sua visão e interfere na formação do vínculo entre mãe e bebê. Além disso, o uso do colírio pode acarretar numa conjuntivite química (cerca de 20% dos bebês em que foi feito uso do nitrato de prata desenvolvem conjuntivite química). Leia mais: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos/assistenciafarmaceutica/clin-alert0301.pdf.
5. Aplicação de injeção intramuscular de vitamina K: Procedimento feito para prevenir a doença hemorrágica do recém-nascido. Há também a versão oral da vitamina, que deve ser aplicada em três doses. Vale a pena se informar sobre a vitamina K para uma decisão mais consciente em relação ao seu uso. Leia mais: Artigo comparando a vitamina K injetável com a oral: http://parir.blogspot.com/2006/11/uso-da-vitamina-k-no-perodo-neonatal.html. Artigo que questiona a necessidade do uso da vitamina K nos bebês (em inglês): Vitamin K - An Alternative Perspective - disponível no site: http://www.aims.org.uk/.
6. Separação do bebê de sua mãe: Nos partos hospitalares, normalmente o neonatologista, após a realização dos procedimentos descritos acima, permite um breve contato do bebê com a mãe na sala de parto e o leva para o berçário, para que fique em "observação" entre 2 a 4 horas, em um berço aquecido. Esse procedimento não tem justificativa no caso de um bebê saudável, e é prejudicial para o estabelecimento do vínculo bebê-mãe (família) e para o início da amamentação.
7. Banho dado pela equipe de enfermagem: O primeiro banho é dado normalmente por uma enfermeira, que, com mãos enluvadas esfrega bem o bebê para retirar toda "sujeira" e entregá-lo "limpinho" à família. O bebê costuma nascer com algum vérnix no corpo (substância oleosa esbranquiçada que reveste a pele do bebê quando ele está no útero), o qual é totalmente absorvido nas primeiras horas de vida do bebê. A família pode escolher que o primeiro banho do bebê seja dado no momento que escolher, por alguém da própria família, que tocará no bebê com mãos sem luvas e com carinho.
8. Oferta de líquidos ao bebê: É comum que se dê ao bebê, no berçário e sem o consentimento ou conhecimento da família, mamadeira com soro glicosado ou leite modificado (Nan, Nestogeno ou similar), o que pode interferir na amamentação e predispor o bebê a alergias.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Como seu bebê será recepcionado no parto?
Corte prematuro do cordão umbilical, aspiração das vias respiratórias, amamentação na primeira hora de vida, aplicação de colíro de nitrato de prata, aplicação de vitamina K, vacinação nas primeiras 24 horas, alojamento conjunto, separação do bebê de sua mãe para banho de luz, berço aquecido...
São tantas as intervenções às quais um bebê pode ser submetido nas primeiras horas de vida, além das orientações para o estabelecimento de vínculo com sua família, que estas questões não podem deixar de serem pensadas por quem luta por experiências mais humanizadas no parto ou por quem se prepara para ter um filho.
Nesta última Roda de Diáloso do Narrativas do Nascer em 2011, iremos conversar sobre experiências bem variadas de nascimento.
É interesante percebermos que muitas mulheres podem parir naturalmente, e seus bebês terem nascimentos nada "naturais", com os primeiros momentos de vida cheios de intervenções desnecessárias.
Ainda traremos mais informações sobre o assunto durante esta semana. Por ora, deixamos um link de um texto sobre o tema, do site Amigas do Parto:
http://www.amigasdoparto.com.br/ac027.html
Como seu bebê será recepcionado no parto? - V Roda de Diálogos do Narrativas do Nascer
Realização: Narrativas do Nascer/DAM/UFPE e Instituto Nômades
Apoio: Livraria Cultura e Proext / UFPE
Local: Livraria Cultura Paço Alfândega – Recife
Data: 17 de dezembro | 12h30min
Mais informações:
narrativasdonascer@gmail.com | (81) 9728.5308 / 9973.8035
Dicas para não cair na cesárea - Testando seu obstetra
Este link (http://www.amigasdoparto.com.br/teste.html) de um teste bem humorado do site Amigas do Parto talvez seja útil para as mulheres que nos procuraram pedindo informações sobre as posturas de seus médicos. É que postamos as recomendações reais para a cesárea e algumas mulheres ficaram em dúvida sobre a real indicação clínica das cirurgias às quais foram submetidas; outras mulheres nos procuraram perguntando se seus médicos são cesaristas ou não... perguntas para as quais não temos respostas.
O site também traz dicas para a mulher não cair na "desnecesárea" neste outro link: http://www.amigasdoparto.com.br/ac026.html
O site também traz dicas para a mulher não cair na "desnecesárea" neste outro link: http://www.amigasdoparto.com.br/ac026.html
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
A V Roda de Diálogos do Narrativas do Nascer está se aproximando...
Estamos programando a última Roda de Diálogos deste ano do Narrativas do Nascer. Depois de quatro encontros conversando sobre a perspectiva da mulher (o parto), agora vamos tratar da perspectiva do bebê (o nascimento). Estamos convidando uma parteira, uma pediatra neonatal, uma doula e mulheres com experiências variadas com relação ao nascimento de seus filhos (sem intervenções, com intervenções necessárias e desnecessárias).
Se você quer falar sobre o nascimento do seu filho, sobre o parto e o que aconteceu logo após ele, contate-nos!
Se você quer falar sobre o nascimento do seu filho, sobre o parto e o que aconteceu logo após ele, contate-nos!
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Robbie Davis-Floyd no Recife
Antropologia da reprodução, do parto e do nascimento
Oficina de 8 horas com a antropóloga americana Robbie Davis-Floyd
Interessad@s enviar e-mail para narrativasdonascer@gmail.com, solicitando ficha de inscrição e orientações.
Oficina de 8 horas com a antropóloga americana Robbie Davis-Floyd
Interessad@s enviar e-mail para narrativasdonascer@gmail.com, solicitando ficha de inscrição e orientações.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Fenekids
O Ishtar – Espaço para Gestantes, o Instituto Nômades e o CriaAção estarão presentes na FENEKIDS, a primeira feira de produtos sustentáveis para crianças e gestantes do nordeste, que acontecerá no pavilhão do Centro de Convenções de Pernambuco, de 24 a 27 de novembro.
Estaremos com uma programação muito especial durante toda a feira, venha conferir e traga @s amig@s e familiares!
- Exposição permanente de fotos de partos normais
- Durante toda feira teremos no stand pessoas habilitadas para fornecer informações ao público a respeito de parto humanizado (parto natural, parto na água, parto domiciliar etc), lei do acompanhante, amamentação, cuidados com o bebê etc
- Além de oficinas sobre temas específicos nos horários abaixo:
24/11 (quinta –feira)
16hs – Parto natural (facilitado pelo Ishtar – Espaço para Gestantes)
20hs – Parto na água (facilitado pelo Instituto Nômades)
25/11 (sexta-feira)
11hs – Métodos de alívio à dor do parto (facilitado pelo Ishtar – Espaço para Gestantes)
13h - Parto natural (facilitado pelo Ishtar – Espaço para Gestantes)
15hs – Amamentação (facilitado por Marcelle Melo – Enfermeira obstetra e consultora em Amamentação)
17h - Recomendações da OMS para o parto seguro (facilitado pelo Instituto Nômades)
20hs – A criança e seus ritmos (facilitado por Janise Paiva - Espaço Luminaris - Fonoaudióloga, doula e professora Waldorf)
26/11 (sábado)
11hs – Shantala para bebês (facilitado por Betanha Guimarães - Psicóloga, especialista em Educação Infantil e Arte-Educação e instrutora de Shantala)
15hs – Dança para Gestantes (facilitado por Adriana Ayub – Bailarina e doula em formação)
18hs – Fraldas ecológicas (facilitado por Cristina Calheiros – produtora das fraldas de pano Fio da terra)
20hs – Slings (facilitado por Mariana Mesquita – produtora dos slings Casulinho)
27/11 (domingo)
11hs – Métodos de alívio à dor do parto (facilitado pelo Ishtar – Espaço para Gestantes)
15hs – Rituais contemporâneos de parto (facilitado por Elaine Müller – professora da UFPE, coordenadora do Projeto Narrativas do Nascer)
18hs – Recomendações da OMS para o parto seguro (facilitado pelo Instituto Nômades)
20hs – Parto na água (facilitado pelo Instituto Nômades)
Agradecemos a quem puder ajudar com a divulgação!
Abraços,
Dan Gayoso
Programa Boa Hora - Instituto Nômades
www.institutonomades.blogspot.com
(81) 3271.4987 / 9973.8035
Estaremos com uma programação muito especial durante toda a feira, venha conferir e traga @s amig@s e familiares!
- Exposição permanente de fotos de partos normais
- Durante toda feira teremos no stand pessoas habilitadas para fornecer informações ao público a respeito de parto humanizado (parto natural, parto na água, parto domiciliar etc), lei do acompanhante, amamentação, cuidados com o bebê etc
- Além de oficinas sobre temas específicos nos horários abaixo:
24/11 (quinta –feira)
16hs – Parto natural (facilitado pelo Ishtar – Espaço para Gestantes)
20hs – Parto na água (facilitado pelo Instituto Nômades)
25/11 (sexta-feira)
11hs – Métodos de alívio à dor do parto (facilitado pelo Ishtar – Espaço para Gestantes)
13h - Parto natural (facilitado pelo Ishtar – Espaço para Gestantes)
15hs – Amamentação (facilitado por Marcelle Melo – Enfermeira obstetra e consultora em Amamentação)
17h - Recomendações da OMS para o parto seguro (facilitado pelo Instituto Nômades)
20hs – A criança e seus ritmos (facilitado por Janise Paiva - Espaço Luminaris - Fonoaudióloga, doula e professora Waldorf)
26/11 (sábado)
11hs – Shantala para bebês (facilitado por Betanha Guimarães - Psicóloga, especialista em Educação Infantil e Arte-Educação e instrutora de Shantala)
15hs – Dança para Gestantes (facilitado por Adriana Ayub – Bailarina e doula em formação)
18hs – Fraldas ecológicas (facilitado por Cristina Calheiros – produtora das fraldas de pano Fio da terra)
20hs – Slings (facilitado por Mariana Mesquita – produtora dos slings Casulinho)
27/11 (domingo)
11hs – Métodos de alívio à dor do parto (facilitado pelo Ishtar – Espaço para Gestantes)
15hs – Rituais contemporâneos de parto (facilitado por Elaine Müller – professora da UFPE, coordenadora do Projeto Narrativas do Nascer)
18hs – Recomendações da OMS para o parto seguro (facilitado pelo Instituto Nômades)
20hs – Parto na água (facilitado pelo Instituto Nômades)
Agradecemos a quem puder ajudar com a divulgação!
Abraços,
Dan Gayoso
Programa Boa Hora - Instituto Nômades
www.institutonomades.blogspot.com
(81) 3271.4987 / 9973.8035
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Quem vai estar com você no seu parto?
Estamos com quase tudo pronto para nossa IV Roda de Diálogos, que acontecerá no próximo sábado, 19. A conversa deste mês será sobre o papel da doula e a influência dos acompanhantes leigos (sem formação específica na assistência ao parto) na vivência do parto e nascimento.
A escolha, pela mulher, de seus acompanhantes para o momento do parto, é uma recomendação para uma experiência mais satisfatória. No Brasil, é um direito assegurado por lei, que infelizmente não tem sido alcançado por todas as mulheres. Para relatar suas experiências, convidamos mulheres que tiveram diferentes acompanhantes em seus partos, e mulheres que foram privadas disto, além de uma doula e um pai que participou do nascimento dos seus filhos.
Quem vai estar com você no seu parto? - IV Roda de Diálogos do Narrativas do Nascer
Realização: Narrativas do Nascer/DAM/UFPE e Instituto Nômades
Apoio: Livraria Cultura e Proext/UFPE
Local: Livraria Cultura Paço Alfândega – Recife
Data: 19 de novembro | 12h30min
Mais informações: http://narrativasdonascer.blogspot.com/
narrativasdonascer@gmail.com | (81) 9728.5308 / 9973.8035
A escolha, pela mulher, de seus acompanhantes para o momento do parto, é uma recomendação para uma experiência mais satisfatória. No Brasil, é um direito assegurado por lei, que infelizmente não tem sido alcançado por todas as mulheres. Para relatar suas experiências, convidamos mulheres que tiveram diferentes acompanhantes em seus partos, e mulheres que foram privadas disto, além de uma doula e um pai que participou do nascimento dos seus filhos.
Quem vai estar com você no seu parto? - IV Roda de Diálogos do Narrativas do Nascer
Realização: Narrativas do Nascer/DAM/UFPE e Instituto Nômades
Apoio: Livraria Cultura e Proext/UFPE
Local: Livraria Cultura Paço Alfândega – Recife
Data: 19 de novembro | 12h30min
Mais informações: http://narrativasdonascer.blogspot.com/
narrativasdonascer@gmail.com | (81) 9728.5308 / 9973.8035
As indicações da cesárea
Finalmente, estamos postando a lista de indicações reais e fictícias de cesárea, elaboradas pela Dra. Melania Amorim de acordo com as evidências científicas mais atualizadas. Segue:
INDICAÇÕES REAIS E “FICTÍCIAS” PARA A CESÁREA
Algumas indicações de cesariana
REAIS
1) Prolapso de cordão – com dilatação não completa;
2) Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período expulsivo;
3) Placenta prévia parcial ou total (total ou centro-parcial);
4) Apresentação córmica (situação transversa);
5) Ruptura de vasa praevia;
6) Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto.
PODEM ACONTECER, PORÉM FREQUENTEMENTE SÃO DIAGNOSTICADAS DE FORMA EQUIVOCADA
1) Desproporção cefalopélvica (o diagnóstico só é possível intraparto, através de partograma e não pode ser antecipado durante a gravidez);
2) Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é "freqüência cardíaca fetal não-tranqüilizadora", exatamente para evitar diagnósticos equivocados baseados tão-somente em padrões anômalos de freqüência cardíaca fetal);
3) Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção da hipoatividade uterina, amniotomia), ultrapassando a linha de ação do partograma.
SITUAÇÕES ESPECIAIS EM QUE A CONDUTA DEVE SER INDIVIDUALIZADA, CONSIDERANDO-SE AS PECULIARIDADES DE CADA CASO E AS EXPECTATIVAS DA GESTANTE, APÓS INFORMAÇÃO
1) Apresentação pélvica;
2) Duas ou mais cesáreas anteriores (o risco potencial de uma ruptura uterina – em torno de 1% - deve ser pesado contra os riscos de se repetir a cesariana, que variam desde lesão vesical até hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia);
2) HIV-AIDS (cesariana eletiva indicada se HIV + com contagem de CD4 baixa ou desconhecida e/ou carga viral acima de 1.000 cópias ou desconhecida); em franco trabalho de parto e na presença de ruptura de membranas, individualizar casos.
Algumas desculpas frequentemente utilizadas pelos profissionais para realizar uma DESNEcesárea
1. Circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade dos ultrassonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
2. Pressão alta
3. Pressão baixa
4. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
5. Diagnóstico de desproporção cefalopélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto
6. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe)
7. “Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas)
8. Trabalho de parto prematuro
9. Grumos no líquido amniótico
10. Hemorroidas
11. HPV (só há indicação de cesárea se há grandes condilomas obstruindo o canal de parto)
12. Placenta grau III
13. Qualquer grau de placenta
14. Incisura nas artérias uterinas (aliás, pra que doppler em uma gravidez normal?)
15. Aceleração dos batimentos fetais
16. Cálculo renal
17. Dorso à direita
18. Baixa estatura materna
19. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
20. Obesidade materna
21. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
22. Bebê “grande demais” (macrossomia fetal só é diagnosticada se o peso é maior ou igual que 4kg e não indica cesariana, salvo nos casos de diabetes materno com estimativa de peso fetal maior que 4,5kg. Não se justifica ultrassonografia a termo em gestantes de baixo risco para avaliação do peso fetal).
23. Bebê “pequeno demais”
24. Cesárea anterior
25. Plaquetas baixas
26. Chlamydia, ureaplasma e mycoplasma
27. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia e descolamento da retina
28. Edema de membros inferiores/edema generalizado
29. “Falta de dilatação” antes do trabalho de parto
30. Gravidez superdesejada (motivo pelo qual os bebês de proveta aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal)
31. Gravidez não desejada
32. Idade materna “avançada” (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos)
33. Adolescência
34. Prolapso de valva mitral
35. Cardiopatia (o melhor parto para a maioria das cardiopatas é o vaginal)
36. Diabetes
37. Bacia “muito estreita”
38. Mioma uterino
39. Parto “prolongado” ou período expulsivo “prolongado” (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra). O diagnóstico deve se apoiar no partograma. O próprio ACOG só reconhece período expulsivo prolongado mais de duas horas em primíparas e uma hora em multíparas sem analgesia ou mais de três horas em primíparas e duas horas em multíparas com analgesia)
40. “Pouco líquido”
41. Artéria umbilical única
42. Ameaça de chuva/temporal na cidade
43. Obstetra (famoso) não sai de casa à noite devido aos riscos da violência urbana
44. Fratura de cóccix em algum momento da vida
45. Conização prévia do colo uterino
46. Eletrocauterização prévia do colo uterino
47. Varizes na vulva e/ou vagina
48. Constipação (prisão de ventre)
49. Excesso de líquido amniótico
50. Anemia
51. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas
52. Trombofilia
53. História de trombose venosa profunda
54. Bebê profundamente encaixado
55. Bebê não encaixado antes do início do trabalho de parto
Etc. etc. etc...
Melania Amorim
INDICAÇÕES REAIS E “FICTÍCIAS” PARA A CESÁREA
Algumas indicações de cesariana
REAIS
1) Prolapso de cordão – com dilatação não completa;
2) Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período expulsivo;
3) Placenta prévia parcial ou total (total ou centro-parcial);
4) Apresentação córmica (situação transversa);
5) Ruptura de vasa praevia;
6) Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto.
PODEM ACONTECER, PORÉM FREQUENTEMENTE SÃO DIAGNOSTICADAS DE FORMA EQUIVOCADA
1) Desproporção cefalopélvica (o diagnóstico só é possível intraparto, através de partograma e não pode ser antecipado durante a gravidez);
2) Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é "freqüência cardíaca fetal não-tranqüilizadora", exatamente para evitar diagnósticos equivocados baseados tão-somente em padrões anômalos de freqüência cardíaca fetal);
3) Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção da hipoatividade uterina, amniotomia), ultrapassando a linha de ação do partograma.
SITUAÇÕES ESPECIAIS EM QUE A CONDUTA DEVE SER INDIVIDUALIZADA, CONSIDERANDO-SE AS PECULIARIDADES DE CADA CASO E AS EXPECTATIVAS DA GESTANTE, APÓS INFORMAÇÃO
1) Apresentação pélvica;
2) Duas ou mais cesáreas anteriores (o risco potencial de uma ruptura uterina – em torno de 1% - deve ser pesado contra os riscos de se repetir a cesariana, que variam desde lesão vesical até hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia);
2) HIV-AIDS (cesariana eletiva indicada se HIV + com contagem de CD4 baixa ou desconhecida e/ou carga viral acima de 1.000 cópias ou desconhecida); em franco trabalho de parto e na presença de ruptura de membranas, individualizar casos.
Algumas desculpas frequentemente utilizadas pelos profissionais para realizar uma DESNEcesárea
1. Circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade dos ultrassonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
2. Pressão alta
3. Pressão baixa
4. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
5. Diagnóstico de desproporção cefalopélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto
6. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe)
7. “Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas)
8. Trabalho de parto prematuro
9. Grumos no líquido amniótico
10. Hemorroidas
11. HPV (só há indicação de cesárea se há grandes condilomas obstruindo o canal de parto)
12. Placenta grau III
13. Qualquer grau de placenta
14. Incisura nas artérias uterinas (aliás, pra que doppler em uma gravidez normal?)
15. Aceleração dos batimentos fetais
16. Cálculo renal
17. Dorso à direita
18. Baixa estatura materna
19. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
20. Obesidade materna
21. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
22. Bebê “grande demais” (macrossomia fetal só é diagnosticada se o peso é maior ou igual que 4kg e não indica cesariana, salvo nos casos de diabetes materno com estimativa de peso fetal maior que 4,5kg. Não se justifica ultrassonografia a termo em gestantes de baixo risco para avaliação do peso fetal).
23. Bebê “pequeno demais”
24. Cesárea anterior
25. Plaquetas baixas
26. Chlamydia, ureaplasma e mycoplasma
27. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia e descolamento da retina
28. Edema de membros inferiores/edema generalizado
29. “Falta de dilatação” antes do trabalho de parto
30. Gravidez superdesejada (motivo pelo qual os bebês de proveta aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal)
31. Gravidez não desejada
32. Idade materna “avançada” (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos)
33. Adolescência
34. Prolapso de valva mitral
35. Cardiopatia (o melhor parto para a maioria das cardiopatas é o vaginal)
36. Diabetes
37. Bacia “muito estreita”
38. Mioma uterino
39. Parto “prolongado” ou período expulsivo “prolongado” (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra). O diagnóstico deve se apoiar no partograma. O próprio ACOG só reconhece período expulsivo prolongado mais de duas horas em primíparas e uma hora em multíparas sem analgesia ou mais de três horas em primíparas e duas horas em multíparas com analgesia)
40. “Pouco líquido”
41. Artéria umbilical única
42. Ameaça de chuva/temporal na cidade
43. Obstetra (famoso) não sai de casa à noite devido aos riscos da violência urbana
44. Fratura de cóccix em algum momento da vida
45. Conização prévia do colo uterino
46. Eletrocauterização prévia do colo uterino
47. Varizes na vulva e/ou vagina
48. Constipação (prisão de ventre)
49. Excesso de líquido amniótico
50. Anemia
51. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas
52. Trombofilia
53. História de trombose venosa profunda
54. Bebê profundamente encaixado
55. Bebê não encaixado antes do início do trabalho de parto
Etc. etc. etc...
Melania Amorim
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Cesárea necessária
Estamos preparando nossa próxima roda de diálogos, sobre a "cesárea necessária". A idéia é trazer relatos de casos em que a cesárea ocorreu por indicação clínica - e a lista para estas indicações, se nos pautarmos em Medicina baseada em evidências científicas - é bastante restrita.
A ideia de pensar a cesárea por este viés se deu porque ele é muito pouco explorado nos atendimentos ao pré-natal e ao parto em si. Em outras palavras, várias justificativas são amplamente utilizadas para as cesáreas, porém, poucas delas estão pautadas em necessidades clínicas. Afinal de contas, que casos são estes em que a extração cirúrgica do bebê é a maneira mais segura para mãe e filho?
Estamos preparando uma conversa bem legal sobre este e outros temas relacionados. Sintam-se convidadas/os, vamos tirar dúvidas e expressar nosso modo de perceber parto e nascimento!
A III Roda de Diálogos do Narativas do Nascer vai acontecer dia 15 de outubro, na Livraria Cultura, às 12h30.
A ideia de pensar a cesárea por este viés se deu porque ele é muito pouco explorado nos atendimentos ao pré-natal e ao parto em si. Em outras palavras, várias justificativas são amplamente utilizadas para as cesáreas, porém, poucas delas estão pautadas em necessidades clínicas. Afinal de contas, que casos são estes em que a extração cirúrgica do bebê é a maneira mais segura para mãe e filho?
Estamos preparando uma conversa bem legal sobre este e outros temas relacionados. Sintam-se convidadas/os, vamos tirar dúvidas e expressar nosso modo de perceber parto e nascimento!
A III Roda de Diálogos do Narativas do Nascer vai acontecer dia 15 de outubro, na Livraria Cultura, às 12h30.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Sobre nossa II Roda de Diálogos
Nossa II Roda de Diálogos foi tão gratificante quanto a primeira, e estamos super entusiasmados com todas as "narrativas" que estamos ouvindo. Aos poucos, nosso projeto vai ganhando um contorno, e a importância de se ouvir as experiências de cada mulher que deseja falar sobre seus partos vai se mostrando algo muito importante.
No último encontro, tivemos três mulheres multíparas. Embora não as tenhamos convidado por este motivo, todas elas tveram partos hospitalares e depois domiciliares.
Patrícia falou de um parto cheio de intervenções (um parto "Frank", como é conhecido pelas pessoas próximas do movimento pela humanização do parto), com direito a todas as intervenções desnecesárias e prejudiciais, segundo os protocolos da OMS, como ruptura artificial da bolsa d'águas, manobra de Kristeller, manobra de Valsalva, episiotomia, corte precoce do cordão umbilical... Procedimentos que foram relacionados por ela a sequelas física que ela tem até hoje e ao nascimento de seu filho em estado risco de vida. "A culpa era do parto", ela pensava, algo que ela passou a ver de uma maneira diferente a partir da segunda gestação. Seu segundo parto foi natural, domiciliar, e ela fala desta experiência como tendo sido importante para a "cura" de traumas do primeiro parto.
Biahnca falou de dois partos naturais, na água, o primeiro atendido por uma equipe bastante humanizada em um hospital, o segundo desassistido, em casa (a parteira chegou logo após o nascimento da filha). Foi a experiência satisfatória do primeiro parto, com apenas alguns desconfortos por estar num hospital e precisar ouvir comentários indesejados e seguir certos protocolos que a impulsionou para um parto domiciliar.
A terceira "narradora" veio de Palmares com a parteira Dona Edite. Patrícia havia tido dois partos hospitalares e Dona Edite disse que ela não queria de forma alguma vltar para uma maternidade, por isso a escolheu para atendê-la. Patrícia foi sucinta e apenas enfatizou como "mexeram" com ela, com seu corpo, no hospital. Gritavam com ela para que fizesse força, e ela não conseguia responder aos estímulos. Ela contou que bateram em seu rosto para despertá-la e subiram em cima de sua barriga - mais do que uma manobra de Kristeller, parece que Patrícia foi vítima de violência institucional mesmo. Sem entrar em detalhes, Patrícia disse que a chegada de seu menino com o atendimento de Dona Edite foi bem mais tranquila - e seu bebê de três meses é um bebê muuuuito tranquilo!
Dona Edite falou de alguns procedimentos que costuma fazer: o chá de pimenta do reino e o café com manteiga para aumentar as dores, as massagens nas costas e barriga das mulheres, o cuidado com a mulher nos próximos 7 dias após o parto. Também falou dos casos em que "não é pra ela", os casos que encaminha para o hospital: um recente de prolapso de cordão umbilical, o primeiro que ela viu até hoje, até outros aspectos que nos parecem mais intuitivos, como os relacionados à "falta de passagem".
Nossa doula, Dan Gayoso, falou sobre a diversidade de experiências possíveis de parto, e da diversidade de classificações de tipos de parto, e como, no âmbito de nosso projeto, esta diversidade está relacionada a diferentes modelos de atendimento. Lembramos de três modelos que vimos coexistir em nossa sociedade, assistindo a vídeos: um parto com bastante intervenção e sem o protagonismo da mulher; partos protagonizados pela mulher, com equipes pouco intervencionistas, mesmo em casos como o parto de gêmeos, na água; além do modelo de atendimento que vimos chamando de "da tradição", que foi bem apresentado por Dona Edite.
No último encontro, tivemos três mulheres multíparas. Embora não as tenhamos convidado por este motivo, todas elas tveram partos hospitalares e depois domiciliares.
Patrícia falou de um parto cheio de intervenções (um parto "Frank", como é conhecido pelas pessoas próximas do movimento pela humanização do parto), com direito a todas as intervenções desnecesárias e prejudiciais, segundo os protocolos da OMS, como ruptura artificial da bolsa d'águas, manobra de Kristeller, manobra de Valsalva, episiotomia, corte precoce do cordão umbilical... Procedimentos que foram relacionados por ela a sequelas física que ela tem até hoje e ao nascimento de seu filho em estado risco de vida. "A culpa era do parto", ela pensava, algo que ela passou a ver de uma maneira diferente a partir da segunda gestação. Seu segundo parto foi natural, domiciliar, e ela fala desta experiência como tendo sido importante para a "cura" de traumas do primeiro parto.
Biahnca falou de dois partos naturais, na água, o primeiro atendido por uma equipe bastante humanizada em um hospital, o segundo desassistido, em casa (a parteira chegou logo após o nascimento da filha). Foi a experiência satisfatória do primeiro parto, com apenas alguns desconfortos por estar num hospital e precisar ouvir comentários indesejados e seguir certos protocolos que a impulsionou para um parto domiciliar.
A terceira "narradora" veio de Palmares com a parteira Dona Edite. Patrícia havia tido dois partos hospitalares e Dona Edite disse que ela não queria de forma alguma vltar para uma maternidade, por isso a escolheu para atendê-la. Patrícia foi sucinta e apenas enfatizou como "mexeram" com ela, com seu corpo, no hospital. Gritavam com ela para que fizesse força, e ela não conseguia responder aos estímulos. Ela contou que bateram em seu rosto para despertá-la e subiram em cima de sua barriga - mais do que uma manobra de Kristeller, parece que Patrícia foi vítima de violência institucional mesmo. Sem entrar em detalhes, Patrícia disse que a chegada de seu menino com o atendimento de Dona Edite foi bem mais tranquila - e seu bebê de três meses é um bebê muuuuito tranquilo!
Dona Edite falou de alguns procedimentos que costuma fazer: o chá de pimenta do reino e o café com manteiga para aumentar as dores, as massagens nas costas e barriga das mulheres, o cuidado com a mulher nos próximos 7 dias após o parto. Também falou dos casos em que "não é pra ela", os casos que encaminha para o hospital: um recente de prolapso de cordão umbilical, o primeiro que ela viu até hoje, até outros aspectos que nos parecem mais intuitivos, como os relacionados à "falta de passagem".
Nossa doula, Dan Gayoso, falou sobre a diversidade de experiências possíveis de parto, e da diversidade de classificações de tipos de parto, e como, no âmbito de nosso projeto, esta diversidade está relacionada a diferentes modelos de atendimento. Lembramos de três modelos que vimos coexistir em nossa sociedade, assistindo a vídeos: um parto com bastante intervenção e sem o protagonismo da mulher; partos protagonizados pela mulher, com equipes pouco intervencionistas, mesmo em casos como o parto de gêmeos, na água; além do modelo de atendimento que vimos chamando de "da tradição", que foi bem apresentado por Dona Edite.
sábado, 10 de setembro de 2011
Qual seu tipo de parto? II Roda de Diálogos do Narrativas do Nascer
No próximo dia 17 de setembro faremos nosssa II Roda de Diálogos, com o tema Qual seu tipo de parto?
A ideia deste encontro é entender melhor a variedade de experiências possíveis e de diferentes tipos de atendimento ao parto normal.
Para o evento deste mês, convidamos três mulheres com experiências variadas de parto, uma parteira, uma doula e uma obstetra.
Qual seu tipo de parto? II Roda de Diálogos do Narrativas do Nascer
Realização: Narrativas do Nascer/DAM/UFPE e Instituto Nômades
Apoio: Proext/UFPE e Livraria Cultura
Local: Livraria Cultura Paço Alfândega – Recife
Data: 17 de setembro | 12h30min
Quer fazer seu relato de parto nas Rodas de Diálogo do Narrativas do Nascer? Comente esta postagem...
A ideia deste encontro é entender melhor a variedade de experiências possíveis e de diferentes tipos de atendimento ao parto normal.
Para o evento deste mês, convidamos três mulheres com experiências variadas de parto, uma parteira, uma doula e uma obstetra.
Qual seu tipo de parto? II Roda de Diálogos do Narrativas do Nascer
Realização: Narrativas do Nascer/DAM/UFPE e Instituto Nômades
Apoio: Proext/UFPE e Livraria Cultura
Local: Livraria Cultura Paço Alfândega – Recife
Data: 17 de setembro | 12h30min
Quer fazer seu relato de parto nas Rodas de Diálogo do Narrativas do Nascer? Comente esta postagem...
terça-feira, 6 de setembro de 2011
A I Roda de Diálogos
Fizemos nossa primeira Roda de Diaálogo no último dia 17 de agosto, na Livraria Cultura. Tivemos cinco mulheres relatando seus partos (cesárea desnecessária + parto domiciliar; cesárea necessária, de emergência; parto normal hospitalar; cesárea + parto induzido, com bebê pélvico + parto natural, com bebê pélvico; cesárea eletiva). Também contamos com quatro profissionais de saúde, sendo três enfermeiras obstetras (duas delas com experiências de parto) e uma obstetra.
Os relatos foram riquíssimos. Lamentamos apenas não ter tido mais tempo para conversarmos sobre cada experiência.
A presença das enfermeiras obstetras foi muito importante para pensarmos sobre o modelo predominante de assistência ao parto no Brasil, centrado na técnica do médico obstetra. Os enfermeiros, nos parece, podem ter um papel estratégico num atendimento ao parto menos invasivo. A obstetra convidada falou um pouco sobre o que é remar contra a maré cesarista hegemônica - trouxe um dado alarmante de taxas de cesáreas que alcançam 95% em alguns hospitais particulares de Recife. Neste contexto, assumir que uma mulher pode escolher pelo tipo de parto que quer pode ser um pouco ingênuo.
Já os relatos das mulheres com experiências de parto, incluindo as duas profissionais que relacionaram suas experiências como parturientes e como enfermeiras, trouxe uma série de questões. Muitas destas estão relacionadas a "poder": o poder do profissional que decide sobre o parto ou cesárea da mulher; o empoderamento que as mulheres alcançam através da informação; o empoderamento necessário para um diálogo com os profissionais sobre as preferências com relação ao parto; o poder que extirpado da mulher que se submete a uma cesárea eletiva; o empoderamento fruto das experiêcias de partos fisiológicos, com o protagonismo da mulher sendo incentivado, permitido, estimulado.
Já estamos programando nossas próximas Rodas, e esperamos que elas sejam tão satisfatórias para todas/os nós quanto foi esta primeira - tão satisfatórias quanto deveriam ser todas as experiências de trazer ao mundo novos seres humanos.
Os relatos foram riquíssimos. Lamentamos apenas não ter tido mais tempo para conversarmos sobre cada experiência.
A presença das enfermeiras obstetras foi muito importante para pensarmos sobre o modelo predominante de assistência ao parto no Brasil, centrado na técnica do médico obstetra. Os enfermeiros, nos parece, podem ter um papel estratégico num atendimento ao parto menos invasivo. A obstetra convidada falou um pouco sobre o que é remar contra a maré cesarista hegemônica - trouxe um dado alarmante de taxas de cesáreas que alcançam 95% em alguns hospitais particulares de Recife. Neste contexto, assumir que uma mulher pode escolher pelo tipo de parto que quer pode ser um pouco ingênuo.
Já os relatos das mulheres com experiências de parto, incluindo as duas profissionais que relacionaram suas experiências como parturientes e como enfermeiras, trouxe uma série de questões. Muitas destas estão relacionadas a "poder": o poder do profissional que decide sobre o parto ou cesárea da mulher; o empoderamento que as mulheres alcançam através da informação; o empoderamento necessário para um diálogo com os profissionais sobre as preferências com relação ao parto; o poder que extirpado da mulher que se submete a uma cesárea eletiva; o empoderamento fruto das experiêcias de partos fisiológicos, com o protagonismo da mulher sendo incentivado, permitido, estimulado.
Já estamos programando nossas próximas Rodas, e esperamos que elas sejam tão satisfatórias para todas/os nós quanto foi esta primeira - tão satisfatórias quanto deveriam ser todas as experiências de trazer ao mundo novos seres humanos.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Parto Normal ou Cesárea?
Passados alguns meses de projeto, preparamo-nos para o início de nosso trabalho de campo, coletando relatos de parto em encontros de casais, entrevistas e internet. Paralelamente, uma feliz notícia vinda de nossa parceira (e uso o termo no feminino por convicção pessoal): o Instituto Nômades, junto com o Ishtar - Espaço para gestantes, deu início ao Gerando Cultura, um projeto apoiado pela Livraria Cultura, que cedeu um espaço aos sábados para o debate de questões relativas à gravidez, parto, maternidade, paternidade e puericultura. Assim, as Rodas de Diálogo do Narrativas do Nascer passam a integrar esta programação, fazendo parte de uma iniciativa mais ampla pela promoção de experiências mais informadas e satisfatórias em nossas famílias e vidas.
E nossa primeira Roda de diálogo está chegando! Será dia 20 de agosto. Escolhemos como tema inicial: Parto Normal ou Cesárea? por diversos motivos: porque nos parece que esta é uma questão diante da qual toda mulher se depara quando engravida, seja pelas convicções anteriores sobre os benefícios ou dores de uma ou outra opção, seja pelos caminhos a serem trilhados para que seu filho chegue ao mundo da maneira como esperou. Porque para os profissionais que atendem partos e nascimentos esta também é uma escolha importante, que diz respeito à maneira mais saudável pela qual mulher e bebê passarão pelo momento do parto e do nascimento. Porque numa perspectiva de busca de políticas públicas que melhorem a maneira de se nascer no Brasil (algo do qual já estamos plenamente convictas da urgente necessidade), tanto uma quanto outra forma de parto poderia ser repensada: as cesáreas poderiam ser melhor informadas, os partos normais poderiam ser menos traumáticos. E neste contexto, ouvir o que as mulheres têm a dizer sobre suas esperiências nos parece fundamental, assim como as perspectivas dos profissionais que as atendem.
A I Roda de Diálogo do Narrativas do Nascer acontecerá na Livraria Cultura do Paço Alfândega, a partir das 10 horas. Será uma bela oportunidade de contarmos nossas experiências, ouvirmos relatos variados e aprender com o nós e outras mulheres vivenciamos, e o que profissionais de diferentes formações tem a nos dizer sobre Parto Normal e Cesárea.
Ah! Homens também são bem-vindos, é claro!
Parto Normal ou Cesárea?
I Roda de Diálogos do projeto Narrativas do Nascer
Sábado, 20 de agosto de 2011
10 horas
Livraria Cultura Paço Alfândega - Recife
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Começo de conversa
Dia 10 de maio de 2011 será o lançamento do Projeto de Pesquisa e Extensão Narrativas do Nascer. Faremos um encontro para apresentar nossa proposta, nossa equipe, convidar alunos e alunas de graduação e pessoas da comunidade a participarem desta iniciativa.
O Projeto: As diversas maneiras de se vir ao mundo nos fazem pensar que parto e nascimento (o primeiro, experiência feminina e o segundo, experiência do recém-nascido) são eventos ao mesmo tempo naturais e culturais. Naturais porque faz parte da natureza humana enquanto animais gerar filhos. Culturais porque a maneira como estes filhos são trazidos ao mundo são diversas.
A ideia do Projeto Narrativas do Nascer é abordar parto e nascimento como eventos culturais, que envolvem crenças, rituais e discursos variados. O projeto de pesquisa pretende ouvir profissionais que atendem a partos e mulheres que tiveram seus filhos nos últimos cinco anos, buscando tanto suas 'concepções' sobre o que é a gestação e o parto e os cuidados necessários nestes momentos, quanto o relato das experiências das mulheres e, eventualmente, seus companheiros.
O projeto de extensão tem o objetivo de trazer a público estes discursos e relatos, numa rica troca de experiências. Aqui teremos a oportunidade de conhecer a pluralidade de procedimentos no atendimento à mulher e ao recém-nascido, a forma como estas práticas são recebidas e o seu impacto nas experiências das mulheres e suas famílias. Será um importante instrumento de empoderamento feminino, através do acesso à informação.
O foco desta ação nos relatos de parto é uma forma de refletir não apenas sobre os rituais do parto e do nascimento, mas também sobre a construção pessoal de memórias sobre si mesma, a partir de um dos mais marcantes eventos da vida, da sexualidade e dos afetos das mulheres.
O projeto está sendo coordenado pela Profa. Elaine Müller, antropóloga, do Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE; em parceria com o Instituto Nômades.
O que: lançamento do Projeto Narrativas do Nascer
Local: Auditório DAM | 13. Andar CFCH
Quando: 10/05/2011 | 14 horas
Programação: apresentação do projeto e da equipe | rituais e fisiologia do parto | exibição e debate de vídeos
(para os interessados em participar do projeto enquanto pesquisadores e extensionistas, o evento servirá de treinamento inicial)
O Projeto: As diversas maneiras de se vir ao mundo nos fazem pensar que parto e nascimento (o primeiro, experiência feminina e o segundo, experiência do recém-nascido) são eventos ao mesmo tempo naturais e culturais. Naturais porque faz parte da natureza humana enquanto animais gerar filhos. Culturais porque a maneira como estes filhos são trazidos ao mundo são diversas.
A ideia do Projeto Narrativas do Nascer é abordar parto e nascimento como eventos culturais, que envolvem crenças, rituais e discursos variados. O projeto de pesquisa pretende ouvir profissionais que atendem a partos e mulheres que tiveram seus filhos nos últimos cinco anos, buscando tanto suas 'concepções' sobre o que é a gestação e o parto e os cuidados necessários nestes momentos, quanto o relato das experiências das mulheres e, eventualmente, seus companheiros.
O projeto de extensão tem o objetivo de trazer a público estes discursos e relatos, numa rica troca de experiências. Aqui teremos a oportunidade de conhecer a pluralidade de procedimentos no atendimento à mulher e ao recém-nascido, a forma como estas práticas são recebidas e o seu impacto nas experiências das mulheres e suas famílias. Será um importante instrumento de empoderamento feminino, através do acesso à informação.
O foco desta ação nos relatos de parto é uma forma de refletir não apenas sobre os rituais do parto e do nascimento, mas também sobre a construção pessoal de memórias sobre si mesma, a partir de um dos mais marcantes eventos da vida, da sexualidade e dos afetos das mulheres.
O projeto está sendo coordenado pela Profa. Elaine Müller, antropóloga, do Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE; em parceria com o Instituto Nômades.
O que: lançamento do Projeto Narrativas do Nascer
Local: Auditório DAM | 13. Andar CFCH
Quando: 10/05/2011 | 14 horas
Programação: apresentação do projeto e da equipe | rituais e fisiologia do parto | exibição e debate de vídeos
(para os interessados em participar do projeto enquanto pesquisadores e extensionistas, o evento servirá de treinamento inicial)
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